quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Toda a Dor do Mundo


Não há quem não a tenha sentido profundamente, ou não tenho ouvido falar sobre.
A Dor pode ser benéfica qd nos obriga"a enxergar" quem realmente somos, sem máscaras.
Gostei muito e quero conhecer mais o trabalho dessa autora, e postarei aqui.
(o texto não está na íntegra)...


Toda a Dor do Mundo
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Toda a dor do mundo é a sua, sempre. Sempre. Porque não importam dores maiores, “tem gente pior que eu”, na hora da dor aguda, o sofrimento do outro não consola, não importa, não ameniza o seu. Quando você consegue, finalmente, racionalizar sobre a sua dor, a dor do outro, e comparar as duas, isso significa que a fase aguda do sofrimento já passou, acredite em mim. No auge – seja lá por qual motivo for – não existe dor maior que a sua. A dor do outro é fácil de gerenciar. Fácil. É fácil ser definitivo sobre a dor do outro. “É isso, é aquilo.” Fácil, fácil. É libertador opinar sobre a dor alheia. A dor alheia. A que não é nossa, por mais que adoremos o outro. A dor que nunca sentiremos. Tem horas que sim quer dizer não, que o tapete antiderrapante da cozinha escorrega, que o copo estava firme na sua mão, mas desliza e se espatifa. Tem horas que o não quer dizer sim, que o salto prende no buraquinho da entrada do caixa eletrônico (ao que tudo indica, eu me especializei em cair em caixas eletrônicos, craquelando mais e mais meu combalido joelho direito), que a gata branca não volta para casa nunca mais. E tem horas que o não quer dizer isso mesmo: não. Essas são as horas que mais doem. ....Um péssimo dia, numa péssima semana, num ano horroroso. E você desaba na cama, num choro que ultrapassa o domingo, que transborda pela nova semana, que paralisa a chuva, que alerta os gatos. Há os que acham que fazendo você sofrer mais, consertarão sua dor. Fuja dessa gente. Corra para bem longe.

Atualidades e Coisas da Vida por Fal Azevedo.

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